O Coletivo Nacional de Lésbicas Negras Feministas Autônomas – CANDACES BR, tem como diretriz principal a visibilidade, letramento e empoderamento das lésbicas negras sendo destituído de preconceitos e discriminação de qualquer natureza (racismo, sexismo, lesbofobia, discriminação racial e todas as discriminações correlatas). Compondo-se de um espaço para o exercício da solidariedade e construção dos conceitos de promoção de Cidadania e Direitos das Lésbicas Negras, no desenvolvimento da consciência crítica visando autonomia e transformação do indivíduo para que este se torne agente transformador em nossa sociedade.

O Coletivo Candaces tem como finalidade a luta pelo estabelecimento de uma política eficiente de saúde publica ligada a feminização da AIDS, através do Plano Integrado de Enfrentamento à Feminização da Epidemia da AIDS e outras DST, bem como desenvolver projetos voltados para a promoção da cultura, educação ambiental, comunicação, arte e gênero.

O Candaces também traz a preocupação e o recorte das pessoas com deficiência, nesse caso em específico as lésbicas e bissexuais, com algum tipo de deficiência. Para a garantia das especificidades no contexto geral das Políticas Públicas, no reconhecimento enquanto sujeitos políticos da história. Não são privilégios, mas sim uma atenção diferenciada dentro da política de saúde nacional, respeitando sempre as condições e limitações das pessoas com deficiência. Nesse sentido torna-se de suma importância que o segmento das pessoas com deficiência seja consultado na elaboração de novas propostas de Políticas Públicas visando sempre à acessibilidade e a inclusão social para todos.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

CADÊ O DINHEIRO DA SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA - GAIATOS, DEVOLVAM NOSSA GRANA!!!

CNS recomenda dotação de recursos específicos à saúde da população negra

A RECOMENDAÇÃO Nº 026, DE 1º DE AGOSTO DE 2008 aprovada pelo Conselho
Nacional de Saúde recomenda ao Ministério da Saúde a recomposição do
orçamento destinado à Política Nacional de Saúde Integral da População
Negra – PNSIPN.

Este documento foi elaborado durante reunião do Conselho destinada a
debater o orçamento da saúde e as verbas destinadas ao funcionamento do
CNS. Nesta reunião, os conselheiros debateram também as verbas
destinadas às diferentes ações e políticas em curso.

Quando questionado acerca do financiamento da PNSIPN o representante do
Ministério da Saúde, Dr. Sady Carnot -Subsecretário da Secretaria de
Orçamento e Financiamento da Secretaria de Planejamento do Ministério da Saúde, alegou desconhecer de onde viriam os recursos.

Diante do desconhecimento do responsável pelas ações de planejamento e
financiamento da saúde, resta uma dúvida: o desenvolvimento da Política
estaria comprometido?

A PNSIPN foi aprovada pelo CNS em novembro de 2006, mas seu Plano
Operativo foi pactuado na Comissão Intergestores Tripartite/ CIT somente
em abril de 2008. Ainda assim, até o momento, os resultados da pactuação
não foram publicados no Diário Oficial.

Reiteradamente o Ministro da Saúde declarou a total disponibilidade de
recursos. Mas o projeto de lei enviado e aprovado no Congresso Nacional
não recebeu qualquer dotação específica pra a saúde da população negra.

Acionado, o Ministro Edson Santos, responsável pela Secretaria Especial
de Políticas de Promoção da Igualdade Racial garantiu que não faltariam
recursos nesta área.

Mas, no momento em que a Secretaria responsável pelo planejamento e
financiamento das ações desconhece a tramitação destes recursos, algo de
preocupante está acontecendo.

O CNS, fazendo valer suas responsabilidades na defesa dos interesses da
sociedade, assinalou ao Ministério da Saúde a necessidade de dotação
específica.

Cabe a nós, ativistas em defesa da saúde da população e do SUS, fazer
cumprir os compromissos.



Jurema Werneck
Representante do Movimento Negro no Conselho Nacional de Saúde
Coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde da População Negra do CNS

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