O Coletivo Nacional de Lésbicas Negras Feministas Autônomas – CANDACES BR, tem como diretriz principal a visibilidade, letramento e empoderamento das lésbicas negras sendo destituído de preconceitos e discriminação de qualquer natureza (racismo, sexismo, lesbofobia, discriminação racial e todas as discriminações correlatas). Compondo-se de um espaço para o exercício da solidariedade e construção dos conceitos de promoção de Cidadania e Direitos das Lésbicas Negras, no desenvolvimento da consciência crítica visando autonomia e transformação do indivíduo para que este se torne agente transformador em nossa sociedade.

O Coletivo Candaces tem como finalidade a luta pelo estabelecimento de uma política eficiente de saúde publica ligada a feminização da AIDS, através do Plano Integrado de Enfrentamento à Feminização da Epidemia da AIDS e outras DST, bem como desenvolver projetos voltados para a promoção da cultura, educação ambiental, comunicação, arte e gênero.

O Candaces também traz a preocupação e o recorte das pessoas com deficiência, nesse caso em específico as lésbicas e bissexuais, com algum tipo de deficiência. Para a garantia das especificidades no contexto geral das Políticas Públicas, no reconhecimento enquanto sujeitos políticos da história. Não são privilégios, mas sim uma atenção diferenciada dentro da política de saúde nacional, respeitando sempre as condições e limitações das pessoas com deficiência. Nesse sentido torna-se de suma importância que o segmento das pessoas com deficiência seja consultado na elaboração de novas propostas de Políticas Públicas visando sempre à acessibilidade e a inclusão social para todos.

terça-feira, 12 de maio de 2009

PROPOSTA PARA CARTA DE BRASILIA SEGMENTO LGBT

Nós LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais) reunidos/as durante o Seminário Nacional Diversidade de Sujeitos e Igualdade de Direitos no SUS, no período de 08 a 11 de maio em Brasília, exigimos que o SUS, enquanto política pública garantida pelo Estado, efetive seus princípios de universalidade, integralidade, eqüidade no atendimento à população LGBT, considerando:
1)A ruptura com sistema dominante da heterossexualidade obrigatória e da heteronormatividade que gera homofobia/lesbofobia/transfobia;
2)O combate aos fundamentalismos religiosos e a defesa da laicidade do Estado brasileiro;
3)O combate ao racismo, ao sexismo, ao machismo, ao adultocentrismo no âmbito institucional;
Nesse sentido reivindicamos:
- Defesa da Emenda Constitucional 29 que prevê o repasse de mais recursos da União para a saúde pública;
- a descriminalização do aborto e garantia do atendimento ao aborto legal pelo SUS e o fim da CPI do aborto;
- a inserção no Curso de Humanização do SUS da temática LGBT em todas as suas nuances, possibilitando capacitação multidisciplinar dos/as profissionais de saúde, em parceria com o movimento LGBT, no atendimento integral desta população, respeitando suas práticas sexuais e considerando a orientação sexual e a identidade de gênero;
- garantia de atendimento não heterossexista à saúde integral da mulher lésbica e bissexual;
- articulação entre Ministérios da Saúde, Ciência e Tecnologia e Educação para realização de pesquisas para construção de novas tecnologias que substituam o exame do papanicolau e criem alternativas para sexo seguro entre mulheres lésbicas e bissexuais;
- garantia da reprodução assistida às mulheres lésbicas e bissexuais no SUS;
- o fornecimento de dados epidemiológicos referentes a travestis e transexuais, tendo em vista que atualmente estes dados são diluídos nas estatísticas de HSH e gays;
- implantação do Plano de Enfrentamento da AIDS e DST’s para gays, travestis, HSH nos estados e municípios;
- implantação do Plano de Enfrentamento à Feminização da AIDS para mulheres lésbicas e bissexuais;
- atendimento individual aos/às adolescentes e jovens LGBT com protocolo específico, bem como investimento em campanhas que supram a ausência de visibilidade a este segmento;
- eliminação da RDC 153/04 da ANVISA, que proíbe a doação de sangue pela população LGBT praticando a homofobia/lesbofobia/transfobia institucional, o que nega direitos humanos e constitucionais incluídos no Programa Brasil sem Homofobia;
- garantia do atendimento à população LGBT no Programa de Saúde Mental, considerando os efeitos perversos da homofobia/lesbofobia/transfobia;
- garantia do acesso à saúde humanizada à população LGBT da 3ª idade, incluindo este recorte no Estatuto do Idoso;
- garantia da acessibilidade em todos os níveis à população LGBT com deficiência;
- Garantia ao acesso à saúde integral das/os profissionais do sexo LGBT;
- Implementação das políticas públicas voltadas para a população LGBT, considerando os agravos da saúde da população negra;

Liga Brasileira de Lésbicas (LBL)
ABL – Articulação Brasileira de Lésbicas
CANDACES-BR – Coletivo Nacional de Lésbicas Negras Feministas e Autônomas
ABGLT - Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e transexuais
ABRAGAY – Associação Brasileira de Gays
ANTRA – Articulação Nacional de Travestis e Transexuais
E- JOVEM de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados
Rede de Negros e Negras LGBT

BRASILIA 11 DE MAIO 2009

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