O Coletivo Nacional de Lésbicas Negras Feministas Autônomas – CANDACES BR, tem como diretriz principal a visibilidade, letramento e empoderamento das lésbicas negras sendo destituído de preconceitos e discriminação de qualquer natureza (racismo, sexismo, lesbofobia, discriminação racial e todas as discriminações correlatas). Compondo-se de um espaço para o exercício da solidariedade e construção dos conceitos de promoção de Cidadania e Direitos das Lésbicas Negras, no desenvolvimento da consciência crítica visando autonomia e transformação do indivíduo para que este se torne agente transformador em nossa sociedade.
O Coletivo Candaces tem como finalidade a luta pelo estabelecimento de uma política eficiente de saúde publica ligada a feminização da AIDS, através do Plano Integrado de Enfrentamento à Feminização da Epidemia da AIDS e outras DST, bem como desenvolver projetos voltados para a promoção da cultura, educação ambiental, comunicação, arte e gênero.
O Candaces também traz a preocupação e o recorte das pessoas com deficiência, nesse caso em específico as lésbicas e bissexuais, com algum tipo de deficiência. Para a garantia das especificidades no contexto geral das Políticas Públicas, no reconhecimento enquanto sujeitos políticos da história. Não são privilégios, mas sim uma atenção diferenciada dentro da política de saúde nacional, respeitando sempre as condições e limitações das pessoas com deficiência. Nesse sentido torna-se de suma importância que o segmento das pessoas com deficiência seja consultado na elaboração de novas propostas de Políticas Públicas visando sempre à acessibilidade e a inclusão social para todos.
sexta-feira, 27 de março de 2009
Escolas espanholas geram polêmica ao exibir vídeo antiaborto
Anelise Infante
De Madri para a BBC Brasil
Slide do vídeo sugere que "políticos riem enquanto bebês morrem".
Pais de alunos de escolas católicas na Espanha denunciaram esta semana que os estabelecimentos de ensino estão fazendo campanha contra a lei do aborto aprovada este mês pelo governo do primeiro-ministro José Luis Rodriguez Zapatero.
Segundo as queixas, as escolas estariam exibindo um vídeo com imagens chocantes de fetos abortados, ensaguentados e mutilados ao lado de fotos do primeiro-ministro sorrindo.
O vídeo, criado pela organização Direito a Viver, faz parte da campanha contra a nova lei do aborto, que permite que mulheres a partir dos 16 anos abortem sem autorização dos pais.
Em uma das escolas, Puríssima Conceição e Santa Micaela em La Rioja, no centro-leste da Espanha, muitos alunos teriam sido obrigados a assistir ao vídeo, apesar de terem pedido para sair durante as exibições nas aulas de ética, segundo os pais.
O vídeo dura pouco mais de dois minutos e tem 22 imagens projetadas em slide com fotos de supostos fetos destroçados por abortos.
A montagem também inclui frases bíblicas, cenas de bebês saudáveis e acusações ao governo socialista de Zapatero.
Em uma das fotos, o premiê aparece sorrindo ao lado de dois dirigentes do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e a frase: "Eles riem enquanto muitas crianças inocentes morrerão com a nova lei do aborto".
Manipulação
As denúncias dos pais dos alunos foram encaminhadas ao grupo socialista de La Rioja, que taxou a atitude do colégio como "manipulação repugnante".
A representação local do partido fez uma queixa formal ao Parlamento espanhol, ao governo de La Rioja e emitiu uma nota à imprensa afirmando que a projeção do vídeo "é inaceitável e uma falta de respeito aos alunos e as famílias".
O partido pediu ao governo uma investigação para apurar quantos colégios estariam exibindo o vídeo, criticando o fato de que as escolas acusadas, recebedoras de subvenção pública, estariam incitando os alunos a mandar cartas de repulsa ao premiê e pedindo que ninguém vote nele.
Segundo o jornal La Rioja, a diretora do colégio Puríssima Conceição, Maria Victoria Vindel, disse que "nunca houve intenção de fazer política nas aulas. Apenas praticar o Evangelho".
"Só tentamos viver o Evangelho. Passamos sim o vídeo, mas em nenhum momento pensei que fosse antigovernamental porque eu me considero apolítica".
A projeção tem o apoio da Federação Católica de Associações de Pais de Alunos de La Rioja (CONCAPA).
O porta-voz da federação, Enrique Domingo, disse à BBC Brasil que o vídeo "tem imagens chocantes porque é a realidade do aborto".
"É assim mesmo. Os adolescentes têm que ver o que é para poder formar uma opinião. A posição da igreja e dos fiéis sobre esse tema está clara. Portanto que uma escola católica exiba um vídeo e faça campanha antiaborto é uma questão de coerência".
O porta-voz discorda apenas de incluir acusações diretas ao governo e as incitações contra Zapatero. "Para mim esse é o único erro".
O grupo convocou uma manifestação em Madri para o próximo domingo, 29. A direção do colégio acusado não quis dar declarações à BBC Brasil.
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