O Coletivo Nacional de Lésbicas Negras Feministas Autônomas – CANDACES BR, tem como diretriz principal a visibilidade, letramento e empoderamento das lésbicas negras sendo destituído de preconceitos e discriminação de qualquer natureza (racismo, sexismo, lesbofobia, discriminação racial e todas as discriminações correlatas). Compondo-se de um espaço para o exercício da solidariedade e construção dos conceitos de promoção de Cidadania e Direitos das Lésbicas Negras, no desenvolvimento da consciência crítica visando autonomia e transformação do indivíduo para que este se torne agente transformador em nossa sociedade.

O Coletivo Candaces tem como finalidade a luta pelo estabelecimento de uma política eficiente de saúde publica ligada a feminização da AIDS, através do Plano Integrado de Enfrentamento à Feminização da Epidemia da AIDS e outras DST, bem como desenvolver projetos voltados para a promoção da cultura, educação ambiental, comunicação, arte e gênero.

O Candaces também traz a preocupação e o recorte das pessoas com deficiência, nesse caso em específico as lésbicas e bissexuais, com algum tipo de deficiência. Para a garantia das especificidades no contexto geral das Políticas Públicas, no reconhecimento enquanto sujeitos políticos da história. Não são privilégios, mas sim uma atenção diferenciada dentro da política de saúde nacional, respeitando sempre as condições e limitações das pessoas com deficiência. Nesse sentido torna-se de suma importância que o segmento das pessoas com deficiência seja consultado na elaboração de novas propostas de Políticas Públicas visando sempre à acessibilidade e a inclusão social para todos.

segunda-feira, 17 de março de 2008

SAPATÀ - saúde das Lésbicas Negras na I CNLGBT

Resoluções da Rede SAPATÀ - Saúde das Lésbicas Negras

O número de mulheres com DSTS / HIV – AIDS, vem crescendo de forma alarmante, porém uma parcela desta população de risco é lésbica e negra, porém não havendo a seriedade na implementação do quesito raça / cor e orientação sexual, nos cadastros de atendimento e muito menos incentivo a pesquisas que possam apontar dados concretos deste crescimento.
A rede Nacional da promoção e Controle da Saúde das Lésbicas Negras, SAPATÀ, aponta estratégias que devem ser tomadas para a saúde desta população e que devem ser debatidas na I Conferência Nacional LGBTT.

Propostas

ü Incentivo à produção do conhecimento científico e tecnológico em saúde das lésbicas negras;

ü Promoção de ações pertinentes ao combate a lesbofobia e racismo e a redução das desigualdades étnico-raciais no campo da saúde;

ü Inclusão dos temas orientação sexual racismo e saúde das lésbicas negras nos processos de formação e educação permanente dos trabalhadores da saúde e no exercício do controle social na saúde;

ü Identificar, combater e prevenir situações de abuso, exploração e lesbofobia incluído o assédio moral, no ambiente de trabalho;

ü Fomentar a realização de estudos e pesquisas sobre lesbianidade, racismo e saúde da população negra;

ü Aprimorar a qualidade dos sistemas de informação em saúde, por meio de inclusão dos quesitos orientação sexual e cor em todos os instrumentos de coleta de dados adotados pelos serviços públicos, os conveniados ou contratados pelo SUS.

ü Promoção do reconhecimento dos saberes e práticas populares de saúde, incluindo aqueles preservados pelas religiões de matrizes africanas;

ü Desenvolver processos de informação, comunicação e educação, que desconstruam estigmas e preconceitos que contribuam para a redução de vulnerabilidades;

ü Apoio técnico e financeiro para implementação desta política, incluindo as condições para: realização de seminários, oficinas, fóruns de sensibilização dos gestores de saúde;

ü Formação de lideranças lésbicas e negras para o exercício do controle social para que também possam estar presentes nos comitês técnicos de saúde da população negra, já implantados e que serão implementados nos estados e municípios;

ü Fomento à realização estudos e pesquisas sobre o acesso das lésbicas negras aos serviços e ações de saúde;

ü Articulação com as demais políticas de saúde, nas questões pertinentes às condições, características e especificidades das lésbicas negras;

ü Incentivo técnico e financeiro à organização de redes integradas de atenção às lésbicas negras em situação de violência sexual, lesbofobia, Doméstica e intrafamilar.

ü Elaboração de materiais de informação, comunicação e educação sobre o tema da promoção e saúde das lésbicas negras, respeitando os diversos saberes e valores, inclusive preservado pelas religiões de matrizes africanas;

ü Apoio intersetorial para os projetos de saúde das lésbicas negras.

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